Máquina do tempo é definida

27/08/2007

Um novo conceito de máquina do tempo pode permitir que viajemos até o passado, diz uma pesquisa.

Diferente de idéias anteriores de máquinas do tempo, este novo conceito não requer formas de matéria exóticas que só existem na teoria. Porém ainda seria necessária tecnologia muito mais avançada do que qualquer coisa que existe hoje e grandes perguntas ainda restam como, por exemplo, se a máquina do tempo seria estável o suficiente para permitir realmente voltar no tempo.

Pesquisadores de máquinas do tempo comumente investigam a gravidade, o que essencialmente vem à tona quando a matéria curva o espaço e o tempo. Pesquisa de viagem no tempo é baseada em curvas espaço-temporais até onde estas linhas de tempo retornem formando um ciclo (ou loop, em inglês), tecnicamente conhecido como “curva fechada similar ao tempo”.

“Sabemos que a curvatura realmente ocorre o tempo todo, mas nós queremos que a curva seja forte o suficiente para tomar uma forma específica onde as linhas de tempo formem ciclos fechados”, disse o físico teórico Amos Ori no “Technion-Israel Institute of Technology” em Halifa. “Estamos tentando descobrir se é possível manipular o espaço-tempo para desenvolver-nos neste caminho.”

Muitos cientistas são céticos sobre a possibilidade de viajem no tempo. Por exemplo, máquinas do tempo comumente precisam de formas exóticas de matéria como a chamada “energia de densidade negativa”. Estas matérias exóticas tem propriedades bizarras, incluindo mover-se na direção oposta da matéria normal quando empurrada. Tal matéria poderia teoricamente existir, mas se existir, pode estar presente em quantidades muito pequenas para a construção de uma máquina do tempo.

A última pesquisa de Amos sugere que máquinas do tempo são possíveis sem matéria exótica, eliminando uma barreira para a viagem temporal. Seu trabalho começa com um buraco com formato de rosquinha envelopado em uma esfera de matéria normal.

“Estamos falando destes ciclos fechados de tempo e o tipo mais simples de ciclos fechados são os círculos, que é a razão por termos este buraco em forma de anel”, explicou Amos.

Dentro deste vácuo em forma de rosquinha o espaço-tempo pode ser dobrado sobre si mesmo, o viajante correria por dentro da rosquinha indo cada vez mais para o passado com cada volta.

“A máquina é o próprio espaço-tempo”, disse Amos. “Se criássemos uma área com uma dobra como esta em espaço que permitisse que as linhas se fechassem em si mesmas, poderia ser possível que futuras gerações retornassem para visitar nosso tempo.”

Amos enfatizou uma significativa limitação desta máquina: “ela não poderia ser utilizada para viajar para um tempo anterior ao da construção da própria máquina do tempo”. Suas descobertas estão detalhadas na edição de três de agosto da revista Physical Review D.

No entanto ainda há uma série de obstáculos. Os campos gravitacionais necessários para fazer uma linha temporal tão fechada teriam que ser muito fortes, “de ordens que poderiam ser encontradas próximas de buracos negros”, disse Amos. “Nós não temos como criar campos gravitacionais tão fortes hoje e certamente não podemos manipular tais campos gravitacionais.”

Mesmo que as máquinas do tempo fossem tecnicamente possíveis, os campos gravitacionais envolvidos teriam que ser manipulados de maneiras muito específicas e precisas e Amos diz que cálculos sugerem que a máquina do tempo seria muito instável, “o menor desvio poderia evitar que ela funcionasse. Nós precisamos explorar o problema da estabilidade das máquinas do tempo mais aprofundadamente”.

O físico teórico Ken Olum da Tufts University in Medford, que não participou do estudo, estava cético no que se referia a este novo modelo que, alegadamente, seria um salto comparada a outras objeções teóricas sobre a viagem no tempo.

Mesmo assim Ken disse que “é importante se estiver certa: no que tange à existência de um tipo de ciclo fechado. Portanto isso deveria ser olhado cuidadosamente”. O principal deste trabalho, ele adicionou, quer “expandir os limites do que é possível: quais tipos de coisas podem existir e quais tipos não podem”.


[LiveScience]

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