Estudo: Furacões duplicam em relação ao século passado

02/08/2007

O número de furacões com origem no Oceano Atlântico duplicou relativamente ao século passado, devido ao aumento da temperatura marítima e às alterações climáticas, segundo um estudo norte-americano.

O estudo, realizado pelo Centro Nacional de Investigações Atmosféricas (NCAR) e pelo Instituto Tecnológico da Georgia, teve ainda em consideração os padrões de vento, observados nas últimas décadas.

Segundo o estudo, o ano de 2006, com menor actividade do que os dois anos anteriores devido à presença do fenómeno «El Niño» no Pacífico, foi considerado há um século atrás como a temporada em que se previa um número de tempestades muito acima da média.

O estudo centrou-se nos furacões e tempestades tropicais que surgem durante o verão boreal na costa ocidental de África.

Os ciclones adquirem força e massa à medida que avançam para o oeste e geralmente entram no Golfo do México ou têm impacto nas costas da América Central e dos Estados Unidos.

O estudo identifica três períodos desde 1900, durante os quais a média de furacões e tempestades tropicais aumentou consideravelmente.

O primeiro período, entre 1900 e 1930, registou uma média de seis tempestades tropicais, das quais quatro foram furacões.

Entre 1930 e 1940, a média anual foi de 10 ciclones, incluindo cinco tempestades tropicais e cinco furacões.

Entre 1995 e 2005 a média foi de 15, oito furacões e sete tempestades tropicais.

«Estes números são um indício concreto de que as alterações climáticas são um factor importante de furacões no Atlântico», afirmou Grez Holland, investigador do NCAR e um dos autores do estudo.

Por outro lado, indicou que «com os actuais padrões até um ano de pouca actividade de tempestades tropicais tinha sido considerado normal, e até activo na primeira metade do século passado.»

Os investigadores abstiveram-se de fazer previsões mas advertiram o período actual ainda não estabilizou, o que pode significar que a média de furacões pode ser mais elevada nos próximos anos.

O aquecimento marítimo ocorreu nos anos anteriores às fortes subidas da frequência dos furacões, quer no período que se iniciou em 1930 como no período de 1995 e continuou nos anos seguintes.

Apesar do aumento do número e da frequência dos furacões, a proporção dos mesmos manteve-se sem variações significativas.

Até agora, os furacões representavam cerca de 55% de todos os ciclones tropicais com origem no Atlântico.

No entanto, a proporção de furacões mais violentos, aqueles cujos ventos atingem quase 200 quilómetros por hora, oscilou com alguma irregularidade e nos últimos anos aumentou em relação aos de menor intensidade.

Diário Digital / Lusa

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