Os 10 julgamentos mais absurdos do mundo

26/07/2007

01 STELLA LIEBECK X MC DONALD'S

1994 Albuquerque (Estados Unidos) Vitória da reclamante.

O mais lendário dos julgamentos absurdos é caso de Stella Liebeck, uma americana de 79 anos que processou o McDonald's depois de se machucar com o café comprado num drive-thru da rede, em Albuquerque. A vovó tinha colocado o copo de café entre as pernas para pôr açúcar quando o copo virou em seu colo e ela se queimou. A princípio, o júri tinha concedido 200 mil dólares de indenização, mas retirou 20% do valor por considerar que Stella também teve culpa pelo acidente. No fim das contas, a mulher recebeu a bolada de 160 mil dólares. Além disso, o McDonald's também foi multado em mais 480 mil dólares por servir ao público um café tão quente.
O caso teve tanta repercussão que deu origem ao prêmio Stella Awards, que anualmente elege os julgamentos mais absurdos que rolaram nos Estados Unidos. O ranking é organizado pelo humorista Randy Cassingham, que escreve em diversos jornais americanos uma coluna com histórias bizarras de todo o mundo.


02 DOUG BAKER X BABÁ DE CÃES

2003 Multnomah County (Estados Unidos) Em andamento

O americano Doug Baker era apaixonado por um pastor alemão que ele encontrou atropelado numa estrada. Tanto que contratou até uma babá para cuidar do bichinho. Só que, num belo dia, o cachorro driblou a dog-sitter e se mandou. Doug pôs anúncios em jornais, contratou especialistas em faro animal e até paranormais para encontrar o totó! Dois meses depois, ele mesmo achou o cão numa rua perto do lugar do sumiço. Com o problema resolvido, ele processou a babá, pedindo 160 mil dólares pelo estresse que passou durante a busca...Doug até fechou a empresa que possuía para ter mais tempo e dinheiro para procurar seu estimado cachorrinho.



03 ROBERT RICE X CADEIA

2002 Draper (Estados Unidos) Vitória do réu

Condenado a uma pena de 15 anos por roubo, o americano Robert Rice entrou na Justiça alegando que o presídio violava seu direito de praticar sua religião - o vampirismo druida! Para exercer sua fé, Robert queria beber sangue e manter relações sexuais com uma vampira na cadeia!
A prisão se defendeu dizendo que ele tinha se identificado como católico quando foi preso - e que visitas íntimas são proibidas por lá. O tribunal negou o pedido sanguinário do cara.



04 MARTA ALMEIDA X CARROCINHA

2002 Belo Horizonte (Brasil) Em andamento

Um drama animal é o representante brasileiro neste Top 10. Em 1997, a vira-lata Pretinha foi capturada pela carrocinha de Belo Horizonte e sacrificada antes do prazo de dois dias, previsto em lei. A dona da cadelinha exige indenização de 50 mil reais por danos morais. Ela perdeu a causa na justiça estadual, mas recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF), a mais alta corte do Brasil!
A dona de Pretinha tem mais cinco casos no STF. Em um deles, ela processa o condomínio onde mora por violação de correspondência.



05 WANDA HUDSON X ARMAZÉM PARKWAY

2001 Mobile (Estados Unidos) Vitória da reclamante

Depois de ser despejada de casa, a americana Wanda Hudson resolveu guardar suas coisas no armazém Parkway. Mas a gerente do armazém viu a porta aberta e a trancou, pensando que não havia ninguém lá dentro. Wanda ficou presa por 63 dias comendo o rango enlatado do depósito. Perdeu 70 dos seus 150 quilos!
A pedida inicial de Wanda era de 10 milhões de dólares, mas ela acabou levando apenas 100 mil. Tudo porque o júri concluiu que Wanda também foi culpada pelo incidente. Afinal ela não gritou por socorro enquanto esteve presa...


06 PHILIP SHAFER X DELTA AIRLINES

2002 Ashland (Estados Unidos) Em andamento

O advogado Philip Shafer está processando a Delta Airlines por ter lhe vendido um assento no avião ao lado de um homem gordo. Durante as duas horas do vôo entre New Orleans e Cincinnati, ele se sentiu "casado" com o rolha de poço, porque os dois ficaram unidos do joelho ao ombro.
Ele alega que a Delta não lhe deu conforto, deixando-o "angustiado". Seu pedido: 9 500 dólares.



07 JACK ASS X MTV

2002 Hot Springs (Estados Unidos) Em andamento

Um americano está processando a MTV por dar seu nome a um programa idiota - Jackass ("ignorante"). Como assim? Bom, na verdade o nome original do cara era Bob Craft. Mas em 1997 ele ganhou o direito de trocar de nome para Jack Ass para promover uma campanha de segurança no trânsito. Em 2000, o programa Jackass estreou com um monte de brincadeiras escatológicas que magoaram o rapaz.
Para Bob, a MTV não só plagiou o seu nome como denegriu sua imagem. Por isso, ele exige uma indenização de 50 milhões de dólares da emissora.


08 MARY UBAUDI X MAZDA

2003 Madison County (Estados Unidos) Em andamento

Após sofrer um acidente com seu Mazda Miata, a americana Mary Ubaudi processou a fabricante do carro, alegando que a empresa não deu instruções sobre o uso apropriado do cinto de segurança - durante a batida, Mary foi jogada para fora do automóvel por não usar o equipamento corretamente.
Mary pediu 150 mil dólares de indenização da Mazda. Mas a mulher também tá processando o motorista que dirigia o veículo e a empresa que fazia obras na estrada em que ela se acidentou. No total, ela quer arrancar 250 mil dessa galera.


09 TRIBUNE X MARK GUTHRIE

2003 Middletown, Connecticut (Estados Unidos) Em andamento

Dona do jornal Hartford Courant e do time de beisebol Chicago Cubs, a companhia Tribune fez uma lambança na hora de pagar os salários de outubro de 2003: depositou 300 mil dólares na conta do humilde carregador de jornal Mark Guthrie - a bolada, na verdade, era pra um jogador do Cubs que tem o mesmo nome, Mark Guthrie...
A empresa tomou de volta 90% da grana cancelando parte do depósito. O entregador disse que devolveria o resto, mas a empresa não quis esperar e preferiu pôr o cara no pau.


POLÍCIA X EMPRESA TASER

2002 Madera (Estados Unidos) Vitória do réu

Para conter um suspeito nervosinho em sua viatura, a policial Marcy Noriega quis usar uma arma paralisante que inibe os movimentos com choques elétricos. Só que a infeliz se enganou, pegou sua arma de verdade e mandou bala no rapaz, que morreu na hora. A polícia da cidade pôs a culpa na empresa Taser, fabricante da pistola paralisante. Segundo os tiras, a arma de mentira parece muito com uma de verdade e "confunde" os policiais.
A Justiça inocentou a empresa. A arma paralisante pesa a metade de uma arma de verdade, tem um cano duas vezes maior e listras adesivas amarelas pra não ser confundida!


Publicado na Edição 47 da Revista Mundo Estranho - 01/2006

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